quinta-feira, março 02, 2006

Aos poucos

São tantas histórias. Tantos pensamentos. São frases, orações, palavras, sílabas e letras. Pensei que se continuasse naquele ritmo minha alma implodiria.

Meu jardim começa a descolorir e a terra a secar. Minha rosa amarela ja não mais se destaca dentre as demais. Olhei então para frente e vi que a estrada estava se acabando e meu chão desapareceria. Foi então que saltei.
Fechei os meus olhos com toda a força e num instante, sem momento de partida, pulei deixando que o vento me levasse para onde quisesse. Exilei-me de mim mesma. Senti o ar entrando em meus pulmões. Conheci o céu, pulei nas nuvens e conversei com os pássaros que me acompanhavam.

Por força desse destino, anoiteceu e a minha amiga Lua não estava lá. Era fatal que o faz-de-conta terminasse assim. Tive que descer. Decidi então que ao colocar os pés no chão caminharia devagar, respirando profundamente, passo a passo, letra a letra, pensamento a pensamento. É tão pouco, é muito louco, ser flor e pedra no caminho, sofrer, gemer, quase em silêncio. Mas não morderei mais meu travesseiro com o grito. Estou abrindo a janela desse trem para ver a casa na colina.

1 comentário:

Anónimo disse...

aos poucos a gente vai descobrindo. descobrindo o q é a verdade ou não. pelo menos vc andou de trem, passou pelo caminho. é escolha nossa abrir as janelas, vc fez o certo.
=)