segunda-feira, abril 17, 2006

Mansas manhãs

Escuro. Sinto o perfume da maresia e ouço o barulho das ondas. O sol do finalzinho da tarde aquece de mansinho o meu rosto e a brisa tenta levar meus cabelos para o longe.

Os olhos se abrem, e se encantam com o horizonte infinito, com o azul das águas que molham meus pés e com a areia branca que escorre pelos dedos de minhas mãos.
Os olhos se abrem, e se encantam com o horizonte do seu sorriso, com o azul da sua roupa e com suas mãos que escorrem pelos dedos das minhas.

Esperamos demais para ler os livros, ouvir as músicas, ver os quadros que irão alargar nossa mente, enriquecer nosso espírito e expandir nossa alma. Espero demais para atravessar os seus lábios à procura do ósculo perfeito. Espero demais para atravessar esse mar. Espero demais...por nada.

Mas é tanto mar.

Meu corpo pede férias em litorais desconhecidos, noites de sono e mansas manhãs com sabor de canela. Meu corpo pede um novo corpo, que não seja opiômano e que não tenha tanta transparência. Com olhos que não lacrimejem tanto com a poeira vinda nos ventos do destino. Com falas sem dizeres e textos sem contextos.

Os olhos se fecham.
Escuro.

1 comentário:

Benites disse...

Pouco tempo para viver, e muito espaço a percorrer.
Tenho medo de perder tempo com coisas que não ficarão...mas eu sei que eu também não ficarei.
Ao invés de esperar, seja. Tenho certeza de que você será importante na vida dos outros assim como você é na minha ;)

:*