segunda-feira, julho 03, 2006

Te respondo me

Quem sois vós?
Que tens o barulho paralisante nesse silêncio ensurdecedor
Que transpira sabores pondo em meu rosto, imagem do ardor
Que faz de minha insanidade, fantasia de beija-flor

Quem sois vós?
Que se vestiu na cor brilhante do inverno e de mim, se escondeu
Que no jardim deixou um pedaço de papel, à espera de um rabisco meu
Que foi o efêmero reflexo dos meus olhos, quando viram o rosto teu

Quem sois vós?
Que me mostra o oásis de nós dois, num sonolento sussurro na manhã
Que desfila respostas diversas, enquanto escondo questões no divã
Que gira na grande ciranda, tornando-se suspensão de minha mente sã

Quem sois vós?
Que é vindo da elevação da maré, em meio ao sopro da canção
Que me olha no sobrevôo pela noite fria, a me aquecer na escuridão
Que tens em teu tesouro a pequena voz resumida na sua imensidão

Em ti, quadriculados pedaços de mim
Gritos sem lógica; perda de voz
Em mim, o olhar sobre o mesmo jardim
Sem descobrir, quem sois vós?

4 comentários:

Fabricio Teixeira disse...

Carajo! De arrepiar... "Que desfila respostas diversas, enquanto escondo questões no divã"... Poesia-calma, paraíso-pleno, haverá?
Sim, saudades de rir com vc descontroladamente!

bu disse...

bonito é pouco...
poesia pura mesmo
de perguntas sem respostas
de desejo
de amor não sabido
de haver ou não paraíso...!

(manda email, na quarta tem bar d niver do fabixu, fala com a pati)

Benites disse...

Cada vez melhor :)
Adoro o que você escreve!

Fabricio Teixeira disse...

Voltei aqui pra reler =)
Coisa boooooa!!!