segunda-feira, novembro 13, 2006

Por linhas tortas

O telefone tocou e seu singular nome apareceu. Nos reencontramos; nos revivemos. Naquela noite sorrimos um o sorriso do outro. Choramos no dia seguinte.

Eu não esperava você surgir com traços tão fortes. Sentou-se ao meu lado e respirou o mesmo ar pesado que eu. Entre aflições, descobri você. Dormia sabendo que ao acordar após pesadelo, você estaria ali: cantando-me carinho; lendo-me força.

Nos revelamos nus, muito mais do que peças de roupas. Fomos mãos, colo, conversa, homem e mulher.

Entreveros, sou eu agora que velo seu sono. Ao seu lado, procuro tua freqüência e aguardo teu desabafo, mesmo que silencioso. Caminhamos um pouco, recolhemos flores no asfalto, e eu vejo-te sorrindo novamente.

Sei que não posso reconstruir seu chão que sei foi, mas posso em seu caminho florescer conforto. Se me permetires, enquanto procuras sua referência, serei estrela brilhante de noite escura; sopro primavera neste inverno rígido.

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